A característica central do transtorno afetivo bipolar é a alternância de episódios de depressão e euforia - com crises que podem variar em:
Trata-se de um distúrbio psiquiátrico complexo, com flutuações de humor que têm reflexos negativos sobre o comportamento e atitudes da pessoa e reações desproporcionais às situações gatilho.
Esse transtorno pode ser classificado em 4 subcategorias.
O portador apresenta períodos de mania (euforia, excitação, otimismo, agressividade) que duram ao menos sete dias, e fases depressivas que se estendem de duas semanas a meses.
Os sintomas são intensos provocando profundas mudanças comportamentais que podem dificultar relacionamentos familiares/afetivos/sociais e também o desempenho profissional e a segurança do paciente e das pessoas de convivência.
Alternam-se episódios de depressão e de hipomania (estado mais leve que a mania), sem haver grandes prejuízos no comportamento e nas atividades.
Quando o quadro de sintomas sugere diagnóstico de transtorno bipolar, mas estes são insuficientes (número e tempo de duração) para classificar a doença num dos tipos acima.
Quadro mais leve e marcado por oscilações crônicas do humor, ocorrendo até no mesmo dia - a pessoa alterna sintomas de hipomania e depressão leve que podem ser entendidos como temperamento instável ou irresponsável.
Ainda não determinou-se a causa efetiva do transtorno bipolar, porém fatores genéticos, alterações em áreas do cérebro e em níveis de neurotransmissores estão relacionados
Algumas condições como:
Podem precipitar a manifestação desse distúrbio do humor em pessoas geneticamente predispostas.
O diagnóstico é clínico e lento - feito com levantamento do histórico e relato dos sintomas e pode levar mais de dez anos para conclusão. Essa demora se deve aos sinais que podem ser confundidos com outras doenças psiquiátricas.
Os sintomas de bipolaridade são observado sob três óticas:
Os sintomas na ótica da hipomania são semelhantes à mania, porém mais leves e de menor repercussão sobre atividades e relacionamentos do paciente - a crise é breve, durando poucos dias.
A pessoa tende a se mostrar mais eufórica, falante, sociável e ativa do que o costumeiro. Para um diagnóstico correto, é preciso ter certeza que a reação não foi induzida pelo uso de antidepressivos.
O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado com uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, hábitos saudáveis de alimentação e sono e diminuição do estresse.
De acordo com o tipo, a gravidade e evolução da doença, a prescrição de medicamentos será feita pelo médico - que pode incluir:
A psicoterapia é um importante no tratamento da bipolaridade, pois oferece suporte para o paciente superar as dificuldades impostas pela doença e prevenir recorrência de crises.
Referências:
American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Sadock, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica / Benjamin J. Sadock, Virginia A. Sadock, Pedro Ruiz ; tradução: Marcelo de Abreu Almeida ... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.
OMS - Organização Mundial da Saúde: https://www.who.int