Ter um impulso ou desejo repentino é algo normal e inofensivo para a maior parte das pessoas em algum momento da sua vida.
Porém alguns indivíduos com os chamados Transtornos de Controle de Impulso (TCI) torna-se extremamente difícil ou mesmo impossível resistir ao objeto gatilho do impulso e mostram inclusive dificuldade em controlar determinadas emoções ou comportamentos.
Quem sofre com esse tipo de transtorno pode ter sua qualidade de vida afetada, pois as ações geradas pela falta de controle dos impulsos levam a pessoa a apresentar comportamentos incômodos, perigosos ou perturbadores.
A TCI subdivide-se de acordo com o comportamento e o impulso dominante. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais reconhece cinco tipos diferentes de transtorno de controle de impulso. Veja quais são eles a seguir.
TOD é um transtorno de comportamento infantil que inclui sintomas como:
Os sintomas aparecem entre os 5 e 10 anos e tendem a desaparecer conforme a idade avança.Para o diagnóstico, a criança precisa apresentar os sintomas por no mínimo seis meses.
Esses sinais podem estar confinados a um ambiente (ocorrendo predominantemente em casa) e esses comportamentos ocorrem durante interação com outra pessoa.
O TEI é definido como a falta de capacidade para controlar impulsos agressivos ocasionando explosões de raiva e violência que são desproporcionais com a situação em questão.
Após a explosão é bem comum que a pessoa apresente sentimentos de culpa, vergonha ou arrependimento.
Esse transtorno apresenta sinais de violação persistente e repetitiva de normas de convívio social e direitos básicos dos seres vivos.
Alguns sintomas são:
Pessoas com essa condição tendem a ser mais propensas a apresentar de forma conjunta com o Transtorno de Conduta quadros como:
Esta é uma rara desordem de controle de impulso que causa na pessoa uma grande fascinação pelo fogo, levando-a a incendiar as coisas de forma compulsiva.
É uma condição mais comum em adolescentes e adultos e acomete com mais frequência os homens.
A cleptomania define-se como impulsos recorrentes para roubar objetos e tomar posse de coisas - nem sempre sendo objetos de valor monetário ou mesmo desnecessários para o uso pessoal.
Há uma tensão maior antes de cometer o roubo e após apossar-se do objeto a pessoa sente um grande alívio.
Essa condição pode apresentar-se em qualquer faixa etária e tende a afetar mais as mulheres.
Comprar de forma compulsiva, sem resistir ao impulso também é um transtorno.
A pessoa sente alívio ao comprar, e o mais importante é a compra em si, do que o objeto adquirido ou do valor gasto nele.
Incorre em alívio e prazer no ato de comprar levando as pessoas com esse transtorno a se endividarem ou passarem por dificuldades financeiras e pode estar associado a outras condições:
Para qualquer um desses transtornos o ideal é ter um diagnóstico assertivo, acompanhamento psiquiátrico e psicoterapia, pois são essenciais para o tratamento de tais condições.
Referências:
American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Sadock, Benjamin J. Compêndio de psiquiatria : ciência do comportamento e psiquiatria clínica / Benjamin J. Sadock, Virginia A. Sadock, Pedro Ruiz ; tradução: Marcelo de Abreu Almeida ... [et al.] ; revisão técnica: Gustavo Schestatsky... [et al.] – 11. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2017.
OMS - Organização Mundial da Saúde: https://www.who.int